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Por Instituto Escolhas

30 maio 2017

2 min de leitura

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Quanto Custa Morar Longe traz problemática de criar moradias populares longe do centro da cidade

Estudo foi mencionado por Leão Serva em matéria publicada na Folha de S. Paulo

Programas habitacionais, como o Minha Casa Minha Vida (MCMV), levam a população para as regiões mais periféricas das cidades considerando o menor custo. Mas morar longe dos centros urbanos é realmente mais barato? Leão Serva, jornalista e escritor, publicou, ontem (29/5), uma matéria na Folha de S. Paulo citando o estudo Quanto Custa Morar Longe, elaborado pelo Instituto Escolhas, que pretende responder essa questão.

O estudo se apoiará no programa (MCMV) com a finalidade entender se o programa está, de fato, levando em conta todos os custos da decisão de construir moradias populares afastadas do centro. “Além do tempo de viagem e da falta de emprego, a opção por terrenos baratos resulta em áreas onde não há infraestrutura: sem hospitais, sem escolas, sem saneamento básico, arruamento e transportes públicos”, afirma Serva.

Segundo a matéria, em 2013, um estudo realizado pela Secretaria Municipal de Habitação mostrou que, em 1980, quando as unidades habitacionais de Cidade Tiradentes foram construídas, o custo dessa operação foi de R$ 80 mil, contra R$ 135 mil em um edifício idêntico na região da Avenida Paulista. No entanto, foi necessário construir hospitais, escolas, terminais de ônibus, entre outras medidas de infraestrutura, que, na soma de todos os investimentos realizados, dividindo pelo número de casas, resultou no custo de R$ 145 mil para uma unidade em Cidade Tiradentes.

Para Serva, seria possível construir as moradias populares mais próximas ao centro da cidade. “Em São Paulo, o mapa da região da Sé tem imensas áreas vazias, como ao longo dos trilhos dos trens Leste-Oeste, cruzando o Centro, que não estão no Conjunto Nacional mas têm toda a infraestrutura implantada desde o início do século 20: escolas ociosas, hospitais, postos de saúde, metrô, trem e ônibus”, explica.

Os resultados do estudo do Escolhas já permitem observar que as localidades nas quais foram construídas moradias do MCMV se encontram em regiões cujo terreno é mais desvalorizado, aonde o tempo para se chegar no trabalho é normalmente superior à média e aonde as notas do IDEB também são inferiores. Com isso, os resultados indicam que apesar de beneficiados com uma moradia, as famílias não necessariamente têm uma melhora generalizada em seu bem-estar, dado que vão para regiões mais pobres e com pior infraestrutura e acesso.

A publicação tem previsão de lançamento ainda para 2017 e pretende ajudar a entender os custos de morar longe para o poder público e para a sociedade.

Saiba mais em: Morar longe: pesquisadores mostram metodologia do estudo e Escolhas apresenta dados e propõe debate sobre estudo Quanto Custa Morar Longe

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