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Notícias
Por Instituto Escolhas
01 julho 2020
5 min de leitura
Policy Briefs abordam exportação, precificação da água e as mudanças climáticas na agropecuária, o custo da imobilidade urbana, empregos verdes e os impactos do uso de GNV
Recém-lançada, a série especial traz textos baseados nas teses e dissertações dos economistas bolsistas da Cátedra Escolhas de Economia e Meio ambiente, com dados e números que contribuem para o aperfeiçoamento de políticas públicas
Com objetivo de permitir maior visibilidade aos textos acadêmicos produzidos pelos economistas bolsistas da Cátedra Escolhas de Economia e Meio ambiente e dar foco em assuntos relevantes à sociedade e que contribuem com a formulação e aperfeiçoamento de políticas públicas, o Escolhas lançou a série Policy Brief Cátedra Escolhas. As cinco edições já publicadas abordam temas como a exportação e precificação da água na agropecuária, o custo da imobilidade urbana em São Paulo, os impactos do uso de GNV, o efeito das mudanças climáticas na produção agrícola e os empregos verdes. A Cátedra Escolhas de Economia e Meio Ambiente tem o Itaú como um dos patrocinadores.
A gerente de Projetos do Instituto Escolhas, Jaqueline Ferreira, explica as razões para o Instituto lançar a série especial de baseada nas teses e dissertações dos bolsistas. “Os Policy Briefs são uma forma de traduzir para os tomadores de decisão e sociedade o resultado das pesquisas acadêmicas desenvolvidas pelos bolsistas da Cátedra Escolhas. É muito comum excelentes trabalhos acadêmicos que trazem leituras importantes para os problemas do país ficarem quietos nos sites dos programas de pós- graduação. A ideia é não deixar isso acontecer.”
Com o título “Mudanças Climáticas no Brasil: efeitos sistêmicos sob cenários de incerteza”, o autor Bruno Santos de Souza abriu a série especial mostrando que as perdas econômicas totais sobre a economia brasileira poderão representar mais de 3% do Produto Interno Bruto (PIB), com as mudanças climáticas projetadas para as regiões brasileiras. O trabalho analisa os efeitos sobre a produtividade da soja, cana-de-açúcar, milho, feijão, café e laranja entre 2020 e 2100 – culturas que representam cerca de 82% da produção agrícola do país – e apresenta cenários otimistas e pessimistas sobre a emissão de gases de efeito estufa (GEE). Nas recomendações, estratégias de políticas públicas podem ser implementadas no curto prazo capazes de minimizar a emissão de carbono; a variabilidade de culturas agrícolas, o engajamento governamental deliberado em ações conjuntas entre agricultura e meio ambiente e entre outras.
No Policy Brief “Água virtual exportada pelo Brasil por meio de produtos agropecuários” , a economista Jaqueline Gelain analisa o custo-benefício das exportações de água virtual pelo país. Entre as conclusões: o Brasil exportou 2,5 bilhões de metros cúbicos de água, entre 2002 e 2016, contida em produtos como açúcar, café, milho, soja e carne bovina. A recomendação: a necessidade de o Brasil avaliar a política de cobrança pelo uso da água. A água virtual é a quantidade total de água utilizada no processo de produção agropecuária ou industrial, como explicado no trabalho, que analisa a quantidade desse insumo em cada produto. E, com base no valor da cobrança pelo uso do recurso hídrico pelos estados brasileiros, Jaquelini Gelain abordou o preço da água em comparação com outros 12 países do mundo. O resultado mostrou que o Brasil, assim como o Irã, é um dos países que menos cobra pelo recurso hídrico, ocupando o último lugar na tabela com o valor médio US$ PPP/m3 de 0,005 (dólar PPP – Purchasing Power Parity, ano 2016).
“Quanto custa a imobilidade urbana em São Paulo?” é o terceiro Policy Brief da série Cátedra Escolhas, assinado pelo economista Ricardo Campante Vale. A resposta: o prejuízo é de mais de R$ 7 bilhões por ano e para cada trabalhador é de R$ 747,00. Com mais 43 milhões de viagens por dia na cidade de São Paulo, o paulistano enfrenta uma média de 1.472 km de engarrafamento. Além disso, a estimativa é que 89% das viagens sofram atrasos. O autor faz recomendações para uma política de tráfego sustentável, mostrando que isso significa a possibilidade de alteração das preferências de transportes dos cidadãos e que considerem fatores que influenciam essas preferências, como segurança, conforto, agilidade e previsibilidade dos transportes.
O quarto Policy Brief “Veículos GNV, meio ambiente e mercado de combustíveis”, assinado por Roberto Amaral Santos, revela que políticas favorecendo Gás Natural Veicular (GNV) em estados produtores de etanol podem não se mostrar ambientalmente efetivas. O GNV é uma opção de combustível mais barata, podendo chegar a 60% do preço do etanol e da gasolina e com menor emissão de gás carbônico do que esses dois produtos. Quando o motorista investe em GNV reduz a demanda pelos demais combustíveis, impactando negativamente seus preços. Os veículos movidos a GNV representam 3% da frota brasileira (aproximadamente 2,25 milhões de veículos) e 5% da frota do Sudeste (aproximadamente 1,7 milhões de veículos) revela o texto, que faz simulações de acordo com crescimento da frota de automóveis com este tipo de combustível para o estado do Rio de Janeiro, considerando três cenários diferentes.
“Empregos verdes: qual seu impacto?” , o quinto Policy Brief, de autoria da economista Tayanne Renata Arcebispo, apresenta o ranking dos empregos verdes no Brasil, que traz a liderança da região Sudeste, seguida pela região Sul, distribuídos em setores como reciclagem e redução de resíduos, agricultura e reflorestamento, geração de energia renovável, construção verde e proteção ambiental. O trabalho utiliza como referência o Índice de Emprego Verde (Green Job Index) e buscou identificar o quão verde é a economia de determinada localidade, a partir da análise de dez setores, nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, entre 2002 e 2014, a partir do “Relatório Anual de Informações Sociais” (RAIS). As informações foram catalogadas a partir da definição de “emprego verde”, ou seja, qualquer emprego classificado pela Occupational Information Network (O*NET). O Índice de Emprego Verde varia de 0 a 1, no qual os resultados mais próximos de 1 revela que a região está próxima da estrutura definida como economia verde, caso do estado de São Paulo com índice de 0,7. E os valores próximos a 0 demonstram o contrário, como é o caso de Alagoas e Acre, com índices iguais de 0,2.
Sobre a Cátedra
A Cátedra Escolhas de Economia e Meio Ambiente, que conta com o patrocínio do Itaú, oferece bolsas de mestrado e doutorado para estudantes de pós-graduação interessados em estudar Economia em sua interface com o Meio Ambiente. Conheça os bolsistas e os trabalhos desenvolvidos por eles nas redes sociais do Instituto Escolhas.
Desde 2016, a Cátedra já beneficiou 23 bolsistas de diversos estados do Brasil, sendo que doze já defenderam a tese.
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