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Notícias
Por Instituto Escolhas
19 outubro 2018
3 min de leitura
Expansão de fontes renováveis não aumentaria custos ou afetaria competitividade do setor elétrico no Brasil, diz estudo

Pesquisa lançada nesta sexta-feira (19) calcula pela primeira vez os reais custos e benefícios de cada fonte de geração elétrica do país
São Paulo, 19 de outubro de 2018 – Na semana em que o setor elétrico brasileiro ganhou destaque na corrida presidencial, o Instituto Escolhas lança o estudo “Quais os reais custos e benefícios das fontes de geração elétrica no Brasil?“.
Divulgada hoje (19/10), a pesquisa apresenta uma metodologia inédita que calcula o custo total da geração de energia no Brasil por meio da avaliação e da valoração dos atributos de cinco componentes para cada fonte de geração prevista no plano de expansão do Plano Decenal de Energia (PDE) 2026.
As fontes previstas no PDE 2026 são: termelétrica a gás natural; usina de biomassa; usina eólica; usina hidrelétrica e usina solar fotovoltaica.
E os atributos avaliados foram: custos de investimento e operação; serviços prestados pela fonte além da produção de energia propriamente dita; custos de infraestrutura causados (ou evitados) pelo gerador; subsídios e isenções; custos ambientais, como emissão de gases de efeito estufa.
“Essa é a primeira vez que se calcula no país os reais custos e benefícios das fontes de geração de energia, o que qualifica o debate sobre a viabilidade do aumento da participação das novas renováveis (eólica, solar e biomassa) na nossa matriz elétrica e o modo como é feito hoje a alocação dos custos entre os agentes do setor. Precisamos fazer esse debate, mas a partir de dados e evidências, sem demonizar qualquer fonte”, observa Sergio Leitão, diretor executivo do Instituto Escolhas.
Confira os principais resultados:
- O Brasil, até 2026, pode aumentar a participação de renováveis em sua matriz elétrica sem que isso acarrete custos significativos para a operação do sistema elétrico, cumprindo assim as diretrizes do Plano Decenal de Energia 2026. Segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), hoje mais de 80% da eletricidade usada no país é proveniente de fontes renováveis, porém em sua maior parte a hidráulica (68%).
- Em 2035, o país pode aumentar em 68% a participação de energia eólica, solar e biomassa em sua matriz elétrica, em relação a previsão do PDE 2026, totalizando 44% da composição da matriz. Essa mudança pode ocorrer sem afetar a competitividade e a atratividade dos megawatt-hora (MWh) dessas fontes para os consumidores.
- Os MWh das novas renováveis são bastante competitivos e atrativos ao consumidor, mesmo em cenários de sua maior penetração no sistema, o que indica haver ainda bastante espaço para estas fontes na matriz energética do país.
- O plano de expansão ideal para o sistema não deve necessariamente selecionar apenas a opção com o menor custo, pois nem todo MWh é economicamente igual. A pesquisa mostra o real custo de cada um deles para a sociedade e destaca que a melhor opção é a complementaridade entre as fontes de geração, que devem operar de forma conjunta. A energia eólica, por exemplo, é limpa e renovável, mas sua produção é variável, porque não há como operar se não há vento. Já uma termelétrica emite gases de efeito estufa, mas pode ser acionada a qualquer momento. Ou seja, nenhuma fonte sozinha tem todas as características necessárias para uma ótima operação, vindo daí a complementaridade entre elas.
- As novas fontes renováveis são as que apresentam o menor custo de investimento e operação em relação às demais.
- Dentre as renováveis, a biomassa é a que possui o menor custo de infraestrutura.
- Quando avaliados os serviços prestados pela fonte além da produção de energia propriamente dita, como modulação (capacidade de atender a demanda durante todo o ano) e robustez (capacidade de produzir energia acima do que foi planejado), a termelétrica é a fonte que se sai melhor. A hidrelétrica tem problemas com a sazonalidade e eólica e solar com a variabilidade na produção de energia. Entretanto, é também a termelétrica a fonte com o maior custo ambiental para a sociedade relativo às emissões de gases de efeito estufa.
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