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Por Instituto Escolhas
17 fevereiro 2017
3 min de leitura
Desmatamento zero impactará o PIB brasileiro?
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Qual o impacto econômico, social e ambiental de zerar o desmatamento no Brasil? O Instituto Escolhas, em parceria com o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), pretende responder essa pergunta em estudo inédito previsto para o segundo semestre de 2017. A partir de diferentes cenários e com foco na agropecuária, o novo estudo trará uma avaliação das políticas para acabar com o desmatamento e o que isso significa para a economia do país.
“Criou-se um consenso sobre o desmatamento zero no país, mas ainda falta entender o que isso quer dizer, como podemos chegar até ele e quais são as consequências disso sobre a receita do país”, disse o diretor de Relacionamento com a Sociedade do Instituto Escolhas, Sergio Leitão. Para dar luz a esses questionamentos, o estudo pretende calcular o efeito de zerar o desmatamento no PIB (Produto Interno Bruto) do país, tanto em escala nacional como em escala regional. O trabalho abrirá espaço para se discutir governança, políticas públicas compensatórias e alternativas para minimizar tais efeitos.
O estudo está em fase de desenvolvimento e é comandado por especialistas de diferentes expertises. Na última terça-feira (14), membros dos dois institutos se reuniram em Piracicaba (SP), onde está localizada a sede do Imaflora, para discutir o processo de elaboração. Estiveram presentes Sergio Leitão, a diretora científica do Escolhas, Lígia Vasconcellos, o gerente de Certificação Agrícola do Imaflora, Luís Fernando Guedes Pinto, o professor do Departamento de Ciência do Solo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), Gerd Sparovek, o analista de Geoprocessamento no Imaflora, Vinicius Guidotti de Faria e o economista especialista em política agrícola, Joaquim Bento de Souza Ferreira Filho.
A partir de um período que vai de 2005 até 2015, serão considerados, entre outras variáveis, o histórico do desmatamento em três biomas (Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica) e por estado, a evolução da agricultura e das pastagens no país e também o crescimento do PIB brasileiro no período. Com esses dados em mãos, explicou Ferreira Filho, um modelo simulará o desmatamento entre 2016 e 2030 e seus impactos na economia. Ou seja, o período definido será a base para se projetar quanto o Brasil desmataria daqui para a frente e quais seriam as consequências disso em diferentes setores.
Os dados foram retirados das estatísticas oficiais da Matriz de Insumo-Produto do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cujos resultados trazem uma visão detalhada de tudo o que o Brasil produz e permitem observar a ligação entre os diferentes setores da economia. A Matriz utiliza informações a partir de pesquisas agropecuárias (como o Censo Agropecuário), pesquisas econômicas na indústria, levantamentos populacionais, entre outras.
Diferentes cenários
Para entender o que o desmatamento zero significa para a economia, os especialistas definiram uma série de cenários para calcular o que aconteceria com a adoção de diferentes estratégias, desde o cenário mais extremo – zerar todo o desflorestamento hoje, ilegal e legal – até o proposto pelo governo brasileiro em 2015 na sua INDC (contribuição nacionalmente determinada do país de redução de emissões) para o Acordo de Paris. O governo se comprometeu a zerar o desmatamento ilegal até 2030 e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas.
Nos mesmos moldes, o Instituto Escolhas já publicou um estudo no ano passado sobre quanto custaria aos cofres públicos reflorestar os 12 milhões de hectares. O resultado apontou que o país precisa investir R$ 52 bilhões até 2030 para alcançar a meta, com um investimento anual de R$ 3,7 bilhões durante 14 anos.
Essa foi a 4ª reunião do processo de desenvolvimento do estudo sobre desmatamento zero. O grupo terá uma nova reunião no dia 24 de abril, quando definirá os detalhes finais da metodologia.
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