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Notícias
Por Instituto Escolhas
13 fevereiro 2017
3 min de leitura
Com ciência e indústria aliadas, economia sustentável é possível
Academia e indústria podem – e devem – se tornar aliadas para o desenvolvimento de novas tecnologias que tornarão o mundo mais sustentável. Somente as inovações poderão nos levar a um futuro verde e esse horizonte é possível. A conclusão é do renomado cientista e professor britânico Martyn Poliakoff, da Universidade de Nottingham, na Inglaterra, que veio ao Brasil no final de janeiro para uma palestra a estudantes na Universidade de São Paulo (USP). Especialista em química verde, Poliakoff acredita na importância de soluções inteligentes que permitirão formas de produção muito mais limpas de compostos químicos e materiais.
O professor da Universidade de Nottingham é famoso por seu canal no Youtube, onde explica ao público geral – e de maneira descontraída – os elementos químicos da tabela periódica, além de outras curiosidades sobre química. O Periodic Videos, tem quase 900 mil inscritos e é definido por Poliakoff como o “canal definitivo para tudo sobre química”.
A evolução da química verde no Brasil e no mundo vem proporcionando à indústria, ainda muito poluente, o desenvolvimento de soluções na produção de materiais, energia e produtos de forma menos agressiva ao meio ambiente. Em sua palestra, Poliakoff deu exemplos de como aplicar esse conceito na prática. Uma de suas especialidades, os fluidos supercríticos são gases comprimidos a alta pressão quase ao ponto de se tornarem líquidos. Por não serem tóxicos, eles funcionam como uma opção menos nociva de solvente para reações químicas.
Outro tema tratado pelo cientista inglês foi o uso da fotocatálise, que é a utilização da luz, seja LED ou natural, para ativar reações químicas. Alternativas como essa são usadas em pesquisas sobre um composto contra a malária, que precisa da luz do sol para ser produzido. Segundo Poliakoff, essa solução não é apenas eficiente e sustentável, como economicamente viável em países tropicais com menos recursos.
Química verde também é negócio
O empresário brasileiro José Luiz Majolo é um dos administradores que resolveu apostar no setor da química verde e hoje tem duas empresas, a Terpenoil e a Ambievo, que inovam em produtos da biodiversidade voltados para limpeza de superfície e descontaminação do solo. Majolo contou sua trajetória durante o seminário Empreendedorismo e empresas com propósito, do Instituto Escolhas e do Insper, realizado no ano passado. Segundo ele, o Brasil pode aproveitar coisas fantásticas que estão sendo queimadas ou jogadas fora.
O uso de matérias-primas renováveis, segundo pesquisadores, é uma oportunidade ao país para se tornar um líder em química verde no mundo. Durante o Fórum Desenvolvimento e Baixo Carbono, no ano passado, o cientista Carlos Nobre já havia ressaltado essa oportunidade estratégica. Segundo ele, fomentar uma economia baseada em inovação e uso sustentável da biodiversidade pode gerar até cinco vezes mais riquezas para a região amazônica, por exemplo, do que as atividades hoje praticadas, como agropecuária e extração de madeira.
Investimentos como esse colocariam o Brasil na linha de frente das pesquisas com o biomimetismo, que é o desenvolvimento de tecnologias inspiradas nos sistemas da natureza, além do uso da biodiversidade para desenvolvimento de alimentos, fármacos e cosméticos. Isso vai de encontro com o compromisso do Acordo de Paris de frear o aquecimento global, o que exigirá do Brasil, cada vez mais, a transição para uma economia verde e de baixo carbono.
Fontes: Jornal da USP e Folha de S. Paulo
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