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Por Instituto Escolhas

30 janeiro 2017

3 min de leitura

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Ambientalistas e empresas lançam Aliança pela Restauração da Amazônia

Plataforma do Escolhas pode auxiliar no planejamento dessa restauração florestal

No período de janeiro a novembro de 2016, a conversão de floresta para outros fins, associada à exploração ilegal de madeira, resultou em quase 8 km² de área desmatada na Amazônia, totalizando um aumento de 29% no desmatamento anual – número maior do que todo o ano de 2015. Em setembro de 2015, o Brasil se comprometeu a restaurar 12 milhões de hectares de florestas degradadas até 2030.

Foi pensando nisso que um grupo de ONGs ambientalistas e representantes do setor produtivo lançaram hoje (30/01), em Belém (PA), a Aliança pela Restauração da Amazônia, cujo objetivo é unir esforços para proteger a maior floresta tropical do mundo, ganhando eficiência nos plantios a fim de reduzir o custo e ganhar escala.

Para que isso seja possível, a Aliança criará uma plataforma de cooperação entre ONGs, empresas, academia, governo e sociedade civil para ampliar a restauração florestal na Amazônia. A ideia é que, por meio da plataforma, sejam apontadas as melhores oportunidades, indicando onde estão as sementes, os viveiros e os locais onde o plantio tem o menor custo. Parte dos dados da plataforma virá do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que precisa, por conta da transparência, disponibilizar os dados .

“Queremos aproximar quem tem terra com quem precisa restaurar e as organizações que já fazem esse tipo de projeto. Mostrar onde estão os maiores déficits de vegetação e onde é mais fácil promover regeneração natural com um simples cercamento da área. É o tripé: oportunidade, necessidade e logística”, explica Rodrigo Medeiros, vice-presidente da Conservação Internacional(CI-Brasil) em matéria publicada no Estadão.

Para Medeiros, o compromisso assumido pelo Brasil no Acordo de Paris ilustra o tamanho do desafio que se tem pela frente. “Nessa escala, somente uma articulação ampla de vários setores da sociedade brasileira, incluindo o setor privado, é capaz de criar um ambiente concretamente capaz de promover essa transformação”, afirma.

Até o momento, a Aliança é composta pela CI-Brasil, WRI-Brasil, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), Instituto Socioambiental (ISA), Embrapa, Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Amazônia Live/Rock in Rio, Amata e Grupo AFB (Agropecuária Fazenda Brasil). O Ministério do Meio Ambiente é parceiro da iniciativa.

O custo para reflorestar

Dialogando com a iniciativa da Aliança pela Restauração da Amazônia, no ano passado, o Instituto Escolhas lançou um estudo para estimar o investimento que o Brasil precisa fazer para cumprir a meta de recuperar 12 milhões de hectares de florestas até 2030. Inspirada nessa publicação, o Escolhas lançou, também, a plataforma #Quantoé? plantar floresta, que ajuda a calcular o valor necessário para recuperar a área que foi desmatada nas propriedades rurais e a receita que a exploração econômica do plantio da floresta pode gerar. A partir da utilização da plataforma, é possível planejar a restauração florestal.

É possível, ainda, combinar diferentes modelos de replantio de florestas, levando em consideração no cálculo a compra de mudas e sementes, a mão de obra, materiais, máquinas e equipamentos e assistência técnica. Os proprietários rurais que precisam adequar suas propriedades ao novo Código Florestal podem, com o auxílio da ferramenta do Escolha, estimar o quanto precisam investir para recuperar passivos florestais.

A ideia da #Quantoé? plantar floresta é disseminar informação e conhecimento construídos pelo Escolhas a toda a sociedade, de forma que os estudos tenham aplicação prática e efetiva.

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