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Por Instituto Escolhas

11 agosto 2016

3 min de leitura

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Tratamento de esgoto pode virar energia renovável em São Paulo

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) lançou, recentemente, um edital para a criação de um sistema que prevê a geração de energia elétrica a partir de biomassa produzida no processo de tratamento de esgoto. De acordo com Shigueo Watanabe Jr., pesquisador do Instituto Escolhas, a ideia de transformar o esgoto em energia renovável é fundamental e traz, ainda, a oportunidade da sociedade monitorar seu funcionamento daqui para frente. Para ele, no entanto, dois pontos devem ser monitorados com cuidado: saber o que fazer com o lodo restante e não deixar o metano escapar para a atmosfera.

A ideia do projeto, que será construído na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Barueri, é buscar uma solução para a destinação final do lodo, focando na utilização dos potenciais energéticos próprios, como o lodo e biogás. De acordo com Nivaldo Rodrigues, superintendente do Departamento de Tratamento de Esgoto da Metropolitana, a Sabesp disponibilizará a área para instalação da estação de processamento e a empresa contratada, após processo licitatório, será responsável pela escolha da tecnologia e implantação dos equipamentos.

Nos primeiros cinco anos de operação, o sistema deverá fornecer uma potência de 5 MW e, a partir do sexto ano, com a ampliação da capacidade de tratamento da ETE Barueri, a potência chegará a 10 MW. “Caberá à empresa também a destinação ou uso final ambientalmente adequada do lodo seco e o licenciamento de todo o processo junto aos órgãos competentes. E, após a conclusão das obras, será responsável pela operação do sistema por 27 anos e meio”, explica Rodrigues.

Para Watanabe Jr., esse processo é importante pois as bactérias transformam o carbono em metano, que hoje é lançado na atmosfera – sendo um gás causador do efeito estufa 28 vezes mais potente que o CO². “Agora eles vão gerar eletricidade e isto é bom porque o metano era uma fonte de energia que não era aproveitada”, conta.

Segundo Rodrigues, pela quantidade e qualidade do biogás gerado atualmente na ETE Barueri, estima-se que o potencial de geração representa metade do consumo total da estação. O projeto a ser implantado, com cogeração de energia e utilização do potencial energético do lodo seco, elevará o potencial de geração a 75%. Entre os possíveis resultados é possível destacar a redução de resíduos dispostos em aterro e o reaproveitamento energético, evitando o uso da energia gerada no sistema de transmissão integrado. “O sistema propiciará uma diminuição do “footprint” da estação, seja pela disposição de resíduos sólidos ou pelo uso de energia renovável”, afirma Rodrigues. “A importância desse projeto é muito grande, pois iremos utilizar resíduos inerentes ao processo de tratamento de esgotos para a produção de energia, que atenderá boa parte da demanda da estação de tratamento”, completa.

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