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Por Instituto Escolhas

25 julho 2016

2 min de leitura

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Relatório revela aumento de rejeição à energia nuclear

De acordo com o relatório The World Nuclear Industry – Status Report (WNISR), enquanto a geração de energia eólica aumentou 17% e a energia solar fotovoltaica teve crescimento de 33%, em 2015, a geração de energia nuclear cresceu 1,3%.

A publicação traz uma visão geral de dados de plantas de energia nuclear, incluindo informações sobre a construção, operação e produção, além de fornecer uma avaliação da situação financeira das maiores indústrias do setor. A edição do WNISR deste ano também fornece um relatório de Chernobyl, 30 anos após o acidente que levou à contaminação de grande parte da Europa. O relatório de Fukushima, também presente na publicação, dá uma visão geral dos cinco anos após o início da catástrofe.

Em Fukushima, onde três dos seis reatores nucleares derreteram, liberando grandes quantidades de material radiativo e contaminando a água de resfriamento, mais de cem mil pessoas foram evacuadas e permanecem proibidas de voltar a suas casas. “Se antes disso existia uma discussão sobre a energia nuclear ser uma opção de mitigação das mudanças climáticas, o que se vê desde então é uma indústria quebrando”, aponta Shigueo Watanabe Jr., pesquisador do Instituto Escolhas.

Ainda de acordo com Shigueo, na China, a geração nuclear é vista como opção menos carbono-intensiva do que as térmicas a carvão mineral. Mas mesmo lá, em 2015, o país investiu mais de US$ 100 bilhões em fontes renováveis contra os US$ 18 bilhões para terminar a construção das usinas e nenhuma nova planta foi comissionada neste primeiro semestre de 2016.

A Areva, empresa líder de mercado, teve um prejuízo acumulado de mais de US$ 10 bilhões nos últimos cinco anos. Já a EDF, principal operadora francesa de eletricidade, tem uma dívida acumulada de US$ 41,5 bilhões, razão pela qual a Standard & Poors rebaixou sua classificação. “Aqui no Brasil, com Angra 3 aparecendo no noticiário pelas ações da Lava Jato, espera-se que os planos de novas usinas no país fiquem engavetadas por mais um século”, completa Shigueo.

Em resumo, a publicação mostra que, de acordo com os dados de 2015, a geração de energia baseada em energia renovável está em crescimento contínuo, enquanto a produção de energia nuclear, com exceção da China, está diminuindo globalmente. O alto grau de aceitação e a rápida queda nos custos do sistema de energia renovável são capazes de acelerar ainda mais seu desenvolvimento. Confira o relatório completo aqui.

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