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Por Instituto Escolhas

01 dezembro 2017

3 min de leitura

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Estudo estima custos econômicos para atingir as metas da Agricultura de Baixo Carbono

Compromisso de combater desmatamento ilegal e reflorestar 12 milhões de hectares cria conexão entre Plano ABC e NDC brasileira

O Observatório ABC lançou, nesta quarta-feira (27/9), em São Paulo, dois novos estudos sobre o Plano de Agricultura de Baixo Carbono (ABC) e o Programa ABC – linha crédito oficial para financiar o Plano. O primeiro estudo apresentado estimou os custos econômicos para atingir as metas do Plano ABC.

De acordo com Angelo Gurgel, coordenador do Observatório ABC e do estudo Impactos Econômicos e Ambientais do Plano ABCa pesquisa conta com um modelo dos tipos de uso da terra no Brasil, apresentando cenários que tentam capturar o Plano e o Programa ABC. Nos cenários elaborados, foram considerados os custos para o Brasil conseguir recuperar 15 milhões de hectares de florestas e para a expansão da área de integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF) em quatro milhões. Os resultados obtidos ao forçar o modelo a atingir as metas do ABC apontam custos de R$ 31,3 bilhões, com gastos de recuperação de pastagens, no cenário de áreas prioritárias, e R$ 26,7 bilhões, no cenário de livre alocação.

Segundo o pesquisador, forçar a implementação do ABC nas áreas prioritárias custa mais caro para a sociedade, porque essas áreas têm maior risco e menor aptidão agropecuária. No cenário de áreas prioritárias, ao implementar uma política, o produtor é forçado a fazer a recuperação e isso traz mudanças no trabalho, insumos, fertilizantes e na quantidade de alimentos produzidos – que gera uma pequena perda em termos de consumo. “Significa dizer que cada brasileiro, ao final desse horizonte de 10 anos de implementação do Plano ABC, deixaria de consumir, por ano, R$ 3,71. É como se tivesse pagado um imposto anual para que o ABC fosse implementado”, conta.

Já o estudo Análise dos Recursos do Programa ABC trouxe uma atualização da contratação pelos produtores rurais desta linha de crédito para a agricultura de baixo carbono no ano-safra 2016/2017. Para a pesquisadora do GVces Annelise Vendramini, coordenadora do estudo, é fundamental reforçar a importância do Programa ABC no atingimento das metas assumidas pelo Brasil no Acordo de Paris, considerando que o cumprimento das metas de recuperação de pastagens e iLPF possibilitaria alcançar uma redução de até 51,8 milhões de toneladas de carbono equivalentes (tCO2e) ao ano.

“Existe o compromisso de acabar com o desmatamento ilegal, reflorestar 12 milhões de hectares e compromissos ligados à agricultura. Então, o tema de uso do solo, reflorestamento etc. são elementos centrais e mostram uma conexão entre o ABC e a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC)”, disse.

Desmatamento

Dentro desse contexto, o Instituto Escolhas lançará, no próximo dia 30, o estudo Qual o impacto do desmatamento zero no Brasil? que deverá mostrar os impactos econômicos, sociais e ambientais de se cessar o desmatamento no país. A ideia é permitir que a sociedade saiba os impactos do desmatamento zero sobre a renda das famílias, ao mesmo tempo em que toma conhecimento se as exportações dos nossos produtos agrícolas, como a soja, serão ou não afetadas.

O estudo mostrará, ainda, o quanto de terra deixará de ser explorada em cada estado brasileiro em cada um dos cenários propostos pelo estudo como base para suas análises. Os cenários vão desde a situação em que o desmatamento é totalmente zerado de imediato, passando por aquele em que só é possível usar as terras com mais alta aptidão agrícola, até chegar no caso em que só é vetado o corte ilegal de florestas.

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