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Por Instituto Escolhas

24 julho 2018

5 min de leitura

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Escolhas apresenta resultados parciais de estudo sobre os reais custos e benefícios da geração de energia no Brasil

Terceira edição do evento reuniu interessados e representantes do setor elétrico brasileiro

Nesta terça-feira, dia 24/07, o Instituto Escolhas se reuniu com representantes do setor elétrico para apresentar os resultados parciais do estudo “Quais os reais custos e benefícios das fontes de geração elétrica no Brasil?”.  A equipe de pesquisa é composta por profissionais da PSR – Energy Consulting and Analytics. O objetivo é trazer um conjunto sólido de informações para que a sociedade e o setor elétrico brasileiro possam enfrentar os desafios futuros da geração e segurança energética do país, bem como avaliar um cenário de maior inserção de fontes renováveis.

O encontro reuniu representantes de órgãos governamentais como da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), da EPE (Empresa de Pesquisa Energética) e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e do Ministério de Minas e Energia (MME). Também estiveram presentes representantes de associações das diversas fontes de geração de energia, como  a Associação Brasileira de Energia Eólica, ABEeólica, a Associação Brasileira dos Produtores de Energia Elétrica, APINE, a Associação Brasileira de Energia Solar, ABSOLAR, a Associação Brasileira de Pequenas Centrais Hidrelétricas e Centrais Geradoras Hidrelétricas (ABRAPCH). Além de representantes da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), e das organizações Greenpeace e WWF.

Mário Veiga, presidente da PSR Analisys and Consulting

Mário Veiga, presidente da PSR Analisys and Consulting

O workshop teve um primeiro momento de apresentação dos resultados apurados até o momento realizada por Bernardo Bezerra e Mário Veiga da  PSR e um segundo momento de rodadas de perguntas e respostas, mediadas por Sérgio Leitão, diretor executivo do Instituto Escolhas. O debate abordou os três grupos de atributos que já foram identificados e analisados pelo estudo, como os serviços geração, custos de infraestrutura e subsídios e incentivos.

do estudo. Para Cristiano Vieira, superintendente de regulação dos serviços de geração da ANEEL, o estudo é muito bem vindo e os resultados sinalizam a importância de identificar os atributos das fontes de geração e desenhar contratos mais aderentes à realidade de cada uma. “A reforma [do Setor Elétrico Brasileiro] muitas vezes é discutida só com elementos qualitativos, mas é importante inserir no debate elementos quantitativos, avaliações que permitam não só aferir se determinadas percepções se concretizam e se determinados encaminhamentos ou critérios que estão sendo imaginados são os melhores para serem estabelecidos na legislação” afirmou Cristiano.

O diretor geral do ONS, Luiz Eduardo Barata, considera que os resultados do estudo são da maior importância para Sistema Elétrico Brasileiro, uma vez que ele vem sofrendo diversas transformações e de olho no potencial das renováveis. “Nos próximos anos vamos ter um elenco grande de oportunidades para compor nossa matriz. É importante que ela venha ser construída não apenas com a fonte, teoricamente, mais barata, mas que leve em conta todos os seus atributos, e este estudo é onde a gente vai avaliar efetivamente os custos destes atributos” destaca Barata.

Amilcar Guerreiro, diretor de economia da energia e meio ambiente da EPE, aponta a importância do estudo para uma futura mudança no cenário atual: “Cada fonte tem sua característica e tá entrando no sistema com um papel a cumprir. O que é importante é conhecer os custos reais que a entrada de determinada fonte, qualquer que seja, impacta no sistema”, comenta Guerreiro.

Elbia Gannoum, presidente executiva da ABEeólica

Elbia Gannoum, presidente executiva da ABEeólica

Entre os representantes das associações ligadas às diversas fontes do setor elétrico é unânime a percepção da relevância do estudo como base para os primeiros passos de uma mudança no setor. “os resultados apresentados demonstram que estamos numa trajetória adequada de precificação dos chamados atributos. Coisa que é um grande desafio para nós do setor elétrico. O setor energético precisa repensar a metodologia de cálculo, não pensar só em custos, mas fazer uma análise mais completa de eficiência econômica”, afirmou Elbia Gannoum, presidente executiva da ABEeólica.

Para Guilherme Velho, diretor presidente da APINE, esse é um trabalho pioneiro em termos de quantificar os atributos do setor elétrico. Ele também comenta como o estudo pode influenciar na reforma do setor elétrico e faz um alerta sobre o perigo de se priorizar uma fonte em detrimento das outras no processo: “Nós estávamos discutindo aqui, por exemplo, como utilizar este trabalho na contratação do processo de expansão. Contratar as fontes realmente em função do seu real custo ao consumidor, mas sempre levando em conta o aspecto dinâmico. Na medida que se tem o preço de uma fonte, contrata aquela fonte e intensifica essa contratação, ela pode fazer com que os custos calculados se modifiquem”.

Rodrigo Sauaia

Rodrigo Sauaia, presidente da ABSOLAR

Já para Rodrigo Sauaia da ABSOLAR, o conceito de avaliar os atributos, custos e benefícios trazidos pelas diferentes fontes é extremamente oportuno, no entanto, ele entende que existem pontos onde o trabalho possa ser aperfeiçoado. “Aspectos como as isenções e incentivos tributários que hoje existem para todo o segmento de combustíveis fósseis não foram apresentados neste documento”, destaca Sauaia. 

O lançamento do estudo está previsto para o mês de outubro e os próximos passos trarão a simulação de cenários com maior inserção das “novas renováveis”, já em 2026, ano de referência para o Plano Decenal de Expansão de Energia. Essa análise é fundamental para que o setor possa avaliar o impacto de incluí-las na matriz elétrica brasileira.

Confira os vídeos de: Luiz Eduardo Barata do ONSGuilherme Velho da APINE, Amilcar Guerreiro da EPEElbia Gannoum da ABEólicaRodrigo Sauaia da ABSOLAR, Cristiano Vieira da ANEEL.

Veja também: III Workshop: Quais os reais custos e benefícios das fontes de geração elétrica no Brasil?

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